As mudanças constantes nas relações sociais, econômicas e de produção, que caracterizam o mundo contemporâneo, têm acarretado consequências na saúde física e mental das pessoas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país no mundo com pessoas com depressão e o maior com prevalência de ansiedade. Com a Pandemia do COVID-19, a expectativa é que esses números aumentem significativamente. Considerando esse quadro, cuidar da saúde mental se tornou fundamental e a psicoterapia é uma ferramenta importante para que isso seja possível.
A psicoterapia é recomendada para qualquer pessoa que deseje se autoconhecer ou/e melhorar a sua relação consigo mesma e com os outros e não somente para as que tenham transtornos mentais. O autoconhecimento gera equilíbrio emocional e consequentemente, saúde física e mental. Para isso, Freud, criador da psicanálise, em uma das suas Conferências Introdutórias (1916), menciona que o autoconhecimento não se adquire somente com a auto-observação, pois percebia que era necessária uma técnica de observação especializada para que isso se efetivasse, como é o caso da psicanálise
Vale mencionar que, existem diferentes tipos de psicoterapia, mas nesse artigo será apresentada a psicoterapia psicanalítica, pois é a abordagem que utilizo no meu trabalho psicoterapêutico.
A psicoterapia psicanalítica é uma modalidade de intervenção fundamentada teoricamente na psicanálise. Na literatura especializada, há divergências quanto a diferenciação entre a psicanálise clássica e a psicoterapia psicanalítica. No entanto, a maioria dos autores apontam que o menor número de sessões semanais é o que diferencia esses dois tipos de intervenção, o que implica também em uma mudança na utilização de algumas técnicas, além das classicamente adotadas na psicanálise.
No que se refere a aproximação entre essas duas abordagens, é possível mencionar, que as duas são intervenções baseadas na fala, nas quais é proposto ao paciente que fale de forma livre sobre si próprio, suas situações da vida presente ou passada, experiências emocionais, fantasias, sonhos, etc. O psicoterapeuta ou psicanalista através da sua escuta ativa e empática busca compreender padrões reveladores do funcionamento psíquico, que muitas vezes, envolvem conteúdos inconscientes, “desconhecidos” pelo paciente, possibilitando novas significações para essas experiências vivenciadas até aquele momento.
Na psicoterapia psicanalítica, o ambiente terapêutico é marcado pela segurança, isenção de julgamentos e confiabilidade, o que favorece o estabelecimento de um diferenciado relacionamento entre o paciente e o psicoterapeuta, permitindo ao paciente reviver e explorar o modo pelo qual se relacionou ou se relaciona com pessoas significativas do seu passado e também do seu momento presente. Essa vivência é fundamental no processo terapêutico e para favorecê-la é preciso que as sessões sejam constantes, ocorrendo pelo menos uma vez por semana. Em geral, a duração das sessões é de 45 a 50 minutos.
Desse modo, a psicoterapia psicanalítica proporciona uma jornada única para cada pessoa. Para uns significa a busca pelo autoconhecimento, para outros, pode ser a procura por ajuda no enfrentamento de situações difíceis (luto, separações, perda de emprego, escolhas profissionais, etc.) e também para alguns outros é a possibilidade de realizar um tratamento de dificuldades e transtornos emocionais (ansiedade, depressão, etc.), possibilitando um viver saudável e feliz.
Caso queira saber mais sobre o assunto ou empreender essa jornada, entre em contato com a psicóloga Márcia Necyk e agende uma consulta.
Referências Bibliográficas:
FREUD, S. Conferências Introdutórias sobre a psicanalise. In: Edição Standard Brasileira (v. XV). Rio de Janeiro: Imago, ([1916] 1974).
Organização Mundial de Saúde. Relatório Mundial de Saúde. Disponível em: www.who.int Acesso em fev. 2021.
SIMON, R. Psicoterapia Psicanalítica: Concepção original.São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010.