A Psicopedagogia procura entender como se dá o processo ensino-aprendizagem.

Segundo pesquisadores, como Vygostsky (1896-1953), importante psicólogo do desenvolvimento, desde o nascimento da criança, o aprendizado e o desenvolvimento estão intimamente relacionados.  A questão genética (inata) exerce influência, mas é o aprendizado que proporciona o despertar dos processos internos que se realizam efetivamente no contato com o ambiente, com as pessoas e com a cultura. Em função disso, é fundamental entender esse processo de aprendizado e proporcionar um ambiente favorável para que a criança possa se desenvolver e se sentir feliz.

A Psicopedagogia surge como uma ciência que estuda a interação ensino-aprendizagem e para isso, considera relevante analisar diferentes perspectivas:  a sociedade, a instituição escolar e o aluno.

Em relação ao aluno, uma avaliação psicopedagógica deve considerar diferentes aspectos que estão vinculados as perspectivas mencionadas anteriormente, como: aspectos orgânicos ( por exemplo: alterações sensoriais, problemas no sistema nervoso), aspectos cognitivos ( alterações na memória, alterações na atenção), aspectos afetivos (dificuldades afetivas em geral), aspectos sociais (por exemplo: condições socioeconômicas desfavoráveis) e aspectos pedagógicos (por exemplo: metodologia de ensino).

A avaliação possibilita  a elaboração do diagnóstico psicopedagógico  que tem por objetivo fornecer uma compreensão do aprender da criança/adolescente/adulto e propor o tratamento mais adequado ao paciente.  Quando necessário, é elaborado um relatório com as informações levantadas durante o processo.

Como referencial teórico, a psicóloga Márcia Necyk utiliza a psicanálise para compreender os processos intrapsíquicos e também as contribuições teóricas de Piaget, Vygotsky e Wallon para analisar a interação entre os aspectos cognitivos, afetivos e sociais.

Geralmente, o processo de avaliação é realizado em torno de dez sessões remotas através de videoconferência. Utilizam-se diferentes instrumentos, como: entrevistas com o paciente e com os pais, visita à escola, aplicações de testes e questionários e jogos eletrônicos. 

No final do processo é realizada uma entrevista com o paciente e com os pais, chamada de entrevista devolutiva, na qual é esclarecido o que foi observado durante o processo diagnóstico e é apresentada uma proposta para o tratamento. 

Por se tratar de uma problemática que envolve diferentes áreas do conhecimento, pode ser necessário, o encaminhamento para consulta com outros especialistas, como: fonoaudiólogos, neurologistas e psiquiatras.

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